Irene Bertachini estreia o musical “Caracol” no palco da Funarte MG: Uma performance imperdível!

Idealizado pela cantora, instrumentista e compositora, o espetáculo se inspira no universo lúdico da criança e suas possibilidades, ao narrar as aventuras de um caracol que viaja em busca de sua casa. Em cena, poesia, teatro, brincadeiras e composições que passeiam pela sonoridade afro-brasileira e latina. No elenco, Irene Bertachini, Sidarta Riani e Lilian Amaral. A direção é de Eugênio Tadeu (Rodapião e Serelepe) e o cenário de Rai Bento (Grupo Giramundo).

No dia 16 de março, sábado, estreia no palco da Funarte MG, o musical Caracol, idealizado pela cantora, instrumentista e compositora, Irene Bertachini. Com texto construído coletivamente, o espetáculo narra as aventuras de um caracol que procura sua casa. Neste percurso, encontra duas crianças que tentam ajudá-lo com ideias mirabolantes e brincantes. Em cena, Irene e os artistas cênicos Sidarta Riani e Lilian Amaral, acompanhados por Cici Floresta (percussão) e André Oliveira (violão), apresentam ao público um espetáculo brincante, poético, com referências e sonoridades afro-brasileiras e latinas. A direção artística é de Eugênio Tadeu (Rodapião e Serepele) e a coordenação musical de Irene Bertachini.

O espetáculo faz duas sessões abertas ao público, sempre às 16h, na Funarte MG. No dia 16.03, sábado, o acesso é gratuito. Já no dia 17.03, domingo, os ingressos custam R$30 e R$15 (meia) e estão à venda na bilheteria uma hora antes do espetáculo ou pelo Sympla.

O clipe da música Caracol, que tem lançamento previsto alguns dias antes (08.03), no canal do Youtube de Irene Bertachini e em todas as plataformas digitais, deixa um gostinho do que o público pode encontrar em cena.

O espetáculo e o clipe Caracol integram o projeto de “Circulação caixa dos sonhos” que possui apoio da Funarte MG, patrocínio da MGS e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

“Caracol carrega a própria casa e está seguro por onde quer que ele vá. ‘Caracol-lar’: a capacidade de sentir-se seguro sempre começa com sentir-se em casa, com os próprios corpos e corações”, contextualiza Irene Bertachini. Símbolo de crescimento pessoal e proteção em diversas religiões de matriz africana, budista ou mesmo no espiritismo e catolicismo, o Caracol chamou a atenção de Irene: “como vive um bichinho que carrega sua própria casa nas costas? Será que nós também temos essa potência, esse poder interior de carregarmos os próprios lares?”, reflete. Segundo a artista, a partir da metáfora do caracol, a proposta é trazer ao público infantil e adulto uma experiência divertida sobre a descoberta de si mesmo, a relação com a construção da própria identidade e seu desabrochar.

O musical nasce do contato de Irene com a obra infantil do poeta, professor, ficcionista, ensaísta e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileira, Edimilson Pereira. “Quando comecei a esboçar o espetáculo, queria referenciar autores negros e autores que tem uma trajetória na cultura afro-brasileira. Pesquisei vários e já conhecia o Edimilson. Só não sabia da existência de suas obras para criança e me apaixonei”, conta.

No texto escrito a muitas mãos pelos intérpretes Irene, Sidarta, Lilian e assinado também por Eugênio Tadeu, há poemas de Edimilson, retirados dos livros infantis “Reizinho do congo” e “Poemas para ler com as mãos”. Irene escolheu e musicou três poesias que tratavam de tradições negras, como a capoeira, o reinado e o batuque. “Com Sidarta e Lilian elencamos outras duas que falavam sobre encontrar o próprio caminho nessa roda que é a vida. E assim fomos tecendo o percurso de formação da identidade do caracol, atravessado por elementos da afro-brasilidade e de outras culturas”, comenta.

A canções do espetáculo fazem um passeio pela musicalidade da cultura popular afro-brasileira, da MPB e de outros países da América Latina, com canções de três compositores argentinos – Ruth Maria Hillar e Juan Sebastian (ambos do Cuneo do grupo Canticuénticos), Luis Pescetti e Marta Gomez, além de temas autorais de Irene Bertachini, Sidarta Riani, Raphael Salles e Lilian Amaral, e uma música vinda do além-mar, assinada pela compositora moçambicana Lenna Bahule. “Seja na escolha do repertório ou na criação das músicas, privilegiamos canções que trouxessem riqueza e diversidade de ritmos e tradições populares, o que resultou em uma trabalho de musicalidade única”, diz.

O espetáculo conta ainda com a colaboração artística da atriz circense Adriana Morales (Grupo Trampulim) que realizou uma oficina de palhaçaria com os intérpretes. A iluminação é de Flávia Mafra, o cenário de Raí Bento (Grupo Giramundo) e os figurinos de Manuela Rebouças.

“Um espetáculo divertido, leve que fala sobre um serzinho muito curioso que atravessa uma longa jornada para se encontrar. Quanto mais diversidade oferecemos às crianças, mais alimentamos elas de referências. Caracol trabalha justamente essa possibilidade da criança aumentar essa casinha, sua bagagem cultural e descobrir novos mundos”, conclui Irene Bertachini.