A Falecida: nova montagem de Sergio Módena para o clássico de Nelson Rodrigues, estrelando Camila Morgado.

##Espetáculo traz no elenco Thelmo Fernandes, Stella Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro

Pela primeira vez em Belo Horizonte, a premiada versão fará duas apresentações no Sesc Palladium, nos dias 27 e 28 de abril.

Escrita em 1953, o clássico teatral “A Falecida”, de Nelson Rodrigues (1912-1980), completou 70 anos em 2023 com uma nova montagem dirigida e idealizada por Sergio Módena e protagonizada por Camila Morgado que voltou ao teatro depois de um hiato de 11 anos distante dos palcos. Classificado pelo saudoso crítico teatral Sábato Magaldi como uma das Tragédias Cariocas de Nelson Rodrigues, a peça apresenta a jornada de Zulmira para realizar o sonho de ter um enterro espetaculoso e mostrar à sociedade que sua família está “bem de vida”. Cenas de flashback se misturam à narrativa presente, numa troca de ambientes que, por vezes, tenciona e, por outras, causa um inusitado e bem-vindo alívio cômico.

A versão de “A Falecida” de Sergio Módena teve sua estreia nacional no dia 18 de agosto de 2023 no Sesc Santo Amaro, em São Paulo, onde permaneceu em cartaz por dois meses lotando todas as sessões e com grande sucesso junto à crítica, recebendo os Prêmios FITA 2023 de Melhor Atriz Coadjuvante – Stela Freitas e Melhor Espetáculo – Juri Popular. Agora, após temporada carioca no Teatro Copacabana Palace (RJ), o espetáculo segue para Belo Horizonte onde inicia a turnê pelo país, com duas apresentações no Sesc Palladium, nos dias 27 e 28 de abril, sábado às 21h00 e domingo às 19h.

Mesmo tendo sido escrita nos anos 1950, “A Falecida” revela sua força e atualidade num país ainda regido pela falsa moralidade e hipocrisia. Nos dias de hoje o fanatismo religioso abordado por Nelson Rodrigues tornou-se ainda mais significativo em nosso país. A personagem Zulmira traiu o marido e, por esse motivo, ela é consumida pela culpa. Seu desejo por um velório luxuoso é sua maneira de se vingar de um mundo que não lhe oferece possibilidade de transformação. A morte torna-se sua redenção. Desse modo, o autor nos coloca um dilema: Poderá um enterro de luxo compensar uma vida de desilusões?”, indaga Sergio Módena.

Protagonizando o espetáculo ao lado de Camila Morgado está Thelmo Fernandes, com uma vasta experiência em torno da obra do autor. Sergio Módena comenta sobre a idealização do projeto e sublinha a sua paixão e a de Camila Morgado pela obra de Nelson Rodrigues. “Somos apaixonados por esse texto e pelo legado de Nelson Rodrigues. A Camila é uma atriz “rodrigueana” por excelência, assim como o Thelmo Fernandes. Esta montagem marca a minha primeira direção de uma obra do Nelson. Estamos criando uma encenação atemporal para a peça, que, originalmente, foi escrita em 1953 e se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas Nelson vai além da crônica carioca. Ele radiografa a miséria da alma humana, presente nos mais diversos lugares e épocas”. Além de Camila Morgado e de Thelmo Fernandes, o espetáculo ainda traz no elenco Stella Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro.

No cenário de André Cortez, um grande mausoléu (um signo da ostentação social em meio aos mortos) é o espaço por onde os diversos planos de ação irão ocorrer. Os figurinos de Marcelo Olinto não buscam a reprodução histórica da década de 50. Ao contrário, parecem apenas evocar um tempo passado, atravessando diversas épocas.  A trilha sonora, composta por Marcelo H, explora o conflito entre o sagrado e o profano.

“Quando Zulmira se sente culpada, ela busca se afastar do profano, sendo constantemente atormentada por essa ideia. A trilha sonora percorreu diversos estilos, combinando desde obras de Dalva de Oliveira até samba. Essa mescla de estilos é uma característica marcante de Nelson Rodrigues, que inseria elementos cômicos em suas tragédias. O humor peculiar de Nelson está presente em nossa montagem, mesmo diante da trágica história de Zulmira”, acrescenta Módena.

##SERVIÇO:
– “A Falecida”
– 27 e 28 de abril (sábado às 21h00 e domingo às 19h)
– Grande Teatro do Sesc Palladium
– Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro – BH/MG
– Classificação: 16 anos | Duração: 90 minutos
– Ingressos pela Sympla ou na bilheteria do teatro
– VALORES:
– Plateia I: R$ 90,00 (Inteira) e R$ 45,00 (Meia Entrada)
– Plateia II: R$ 75,00 (Inteira) e R$ 37,50 (Meia Entrada)
– Ingressos Populares: R$ 39,60 (Inteira) e R$ 19,80 (Meia Entrada)
– Link Site Vendas: aqui

Ficha Técnica
– Texto: Nelson Rodrigues
– Direção: Sérgio Módena
– Elenco: Camila Morgado, Thelmo Fernandes, Stela Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Alan Ribeiro, Thiago Marinho
– Direção Musical: Marcelo H
– Cenário: André Cortez
– Iluminação: Renato Machado
– Figurino: Marcelo Olinto
– Preparação Corporal: Laura Samy
– Programação Visual e Fotos: Victor Hugo Cecatto
– Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
– Produção Executiva: Ana Velloso e Vera Novello
– Direção de Produção: Lúdico Produções Artísticas
– Produtores Associados: Camila Morgado, Sergio Módena e Lúdico Produções.

Sobre Nelson Rodrigues
– Nelson Rodrigues foi jornalista, cronista, romancista e um dos maiores dramaturgos brasileiros. Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai, Mário Rodrigues. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade.
– Sua primeira peça foi “A Mulher sem Pecado”, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso veio com “Vestido de Noiva”, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. Com seus três planos simultâneos (realidade, memória e alucinação), as inovações estéticas da peça iniciaram o processo de modernização do teatro brasileiro. A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no maior dramaturgo brasileiro do século vinte.
– Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol. Grandes atores e encenadores continuam a revisitar suas obras, visto que esta parece jamais se esgotar e permanece relevante ainda hoje. Nelson morreu no Rio de Janeiro no ano de 1980, deixando um legado literário reconhecido internacionalmente.

Sobre Sergio Módena
– Bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp é também formado pela École Philipe Gaulier em Londres, onde realizou especializações em Shakespeare, Tchecov e Melodrama. Seus trabalhos mais recentes como diretor são “Longa Jornada Noite Adentro”, de Eugene O’Neill, “As Cangaceiras Guerreiras do Sertão”, de Newton Moreno, “Diários do Abismo”,  com Maria Padilha, e “O Musical da Bossa Nova”, “Os Vilões de Shakespeare”, de Steven Bercoff, com Marcelo Serrado, “Estes Fantasmas!”, de Eduardo De Filippo, “Esse Vazio”, de Juan Pablo Gomez, “Como Me Tornei Estúpido”, adaptação da obra de Martin Page feita por Pedro Kosovski, “O Último Lutador”, de Marcos Nauer e Tereza Frota, “Janis”, de Diogo Liberano, “Ricardo III”, de William Shakespeare, “A Arte da Comédia”, de Eduardo De Filippo, “Politicamente Incorretos”, “Forró Miudinho”, “Bossa Novinha- A Festa do Pijama” e “Sambinha”, musicais de Ana Velloso, “A Revista do Ano – O Olimpo Carioca”, de Tânia Brandão, “As Mimosas da Praça Tiradentes”, de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche e o show “Paletó de Lamê – os grandes sucessos (dos outros)”. Seus espetáculos receberam mais de trinta indicações e treze prêmios nas principais premiações do Rio de Janeiro e São Paulo.