Cenário em crise: Vendas de carros elétricos no Brasil em queda, com apenas 1% da frota circulando

A venda de carros elétricos pode entrar em crise no Brasil? Descubra por que os brasileiros ainda preferem veículos mais tradicionais

A chegada dos carros elétricos ao mercado brasileiro trouxe consigo grandes expectativas tanto para as montadoras quanto para os consumidores. A promessa de um futuro mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis parecia estar se concretizando. No entanto, a realidade do mercado automobilístico atual revela uma trajetória diferente, repleta de desafios inesperados. Com uma presença ainda discreta nas ruas e uma série de obstáculos que dificultam sua adoção em massa, os carros elétricos enfrentam uma certa crise no Brasil. A falta de demanda e a rápida desvalorização são apenas alguns dos desafios que o setor enfrenta atualmente.

Baixa presença dos carros elétricos nas locadoras

Um dos setores mais impactados pela crise dos carros elétricos no Brasil é o de locação de veículos, que historicamente representa metade das vendas de automóveis. Apesar da importância no mercado automobilístico, as locadoras têm mostrado pouca disposição em investir em carros elétricos. Atualmente, as locadoras possuem apenas 4,3 mil veículos elétricos e 6,8 mil híbridos em suas frotas, o que significa menos de 1% do total. A maior locadora do país, a Localiza, encerrou o ano de 2023 com apenas 2,7 mil veículos elétricos e híbridos em uma frota total de 631 mil carros. A dificuldade de comercialização desses modelos, especialmente os adquiridos há cerca de três anos, reflete diretamente a rápida desvalorização enfrentada. Esses carros foram revendidos a preços muito abaixo do esperado, com desvalorização de 40% a 45%. A entrada de marcas chinesas no mercado brasileiro, trazendo modelos mais acessíveis e com tecnologias mais avançadas, foi a principal razão para esse fenômeno.

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Efeito da desvalorização desses veículos é notável

A desvalorização dos carros elétricos tem sido um dos principais fatores que inibem sua expansão no Brasil. As locadoras que investiram na aquisição de veículos elétricos há alguns anos estão enfrentando enormes prejuízos ao tentar revendê-los. A Movida, uma das primeiras empresas a apostar nos carros elétricos, comprou em 2021 cerca de 600 veículos, incluindo modelos como Nissan Leaf, Renault Zoe, Fiat 500e e BMW i3. No entanto, menos de dois anos após a compra, muitos desses veículos ficaram encalhados nos pátios devido à baixa demanda e foram vendidos com desvalorização de até 40%. Além disso, as empresas estão reavaliando suas estratégias de aquisição de veículos elétricos. O grupo Movida, por exemplo, suspendeu a compra de um lote de 250 carros BYD Tan que estava previsto para 2022. Fora do Brasil, a situação não é diferente. A locadora Hertz, nos Estados Unidos, cancelou a compra de 100 mil veículos Tesla, citando a rápida desvalorização dos carros elétricos usados.

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Crescimento nas vendas ainda longe do cenário ideal

Apesar das dificuldades enfrentadas pelas locadoras e da desvalorização dos carros elétricos, as vendas desses modelos continuam em ascensão. De acordo com Enilson Sales, presidente da Fenauto, as vendas de veículos eletrificados aumentaram 90% entre janeiro e julho de 2024, totalizando 33 mil unidades vendidas. No entanto, esse crescimento é impulsionado, em grande parte, por veículos com até três anos de uso, que representam 83% do total. Enquanto isso, os veículos a combustão ainda dominam o mercado de usados, com um aumento de 9% nas vendas em comparação a 2023. O desafio, portanto, é equilibrar a demanda por carros elétricos e híbridos com o ainda forte apelo dos modelos a combustão.

Perguntas Frequentes

  1. Por que os carros elétricos enfrentam desafios no mercado brasileiro?
    Os carros elétricos enfrentam desafios no Brasil devido à falta de demanda, rápida desvalorização e entrada de marcas chinesas com modelos mais acessíveis.

  2. Qual é a situação das locadoras de veículos em relação aos carros elétricos?
    As locadoras de veículos no Brasil demonstram pouca disposição em investir em carros elétricos, com menos de 1% de veículos elétricos em suas frotas.

  3. Como as vendas de carros elétricos têm se comportado no país?
    Embora as vendas de carros elétricos tenham aumentado, são impulsionadas por veículos com até três anos de uso, enquanto os veículos a combustão ainda dominam o mercado de usados.